Escrito por Chico Buarque e Paulo Pontes, Gota d’água é uma adaptação de Medeia, de Eurípedes, ambientada à realidade urbana brasileira.
Na peça, Joana é uma mulher madura, sofrida, moradora de um conjunto habitacional. Ela se apaixona pelo sambista Jasão, que desponta para o sucesso com uma música chamada “Gota d’água”. O todo-poderoso do local é Creonte, dono de casas, muito rico, o poder corruptor por excelência. Alma, sua filha, é uma burguesa metida. Quem desenrola o fio da história, à moda do coro tradicional dos gregos, são as vizinhas de Joana, lavadeiras.
Assim como na tragédia grega, Joana se apaixona por Jasão, os dois se casam e têm dois filhos. Depois, Joana é traída por Jasão, que se apaixona por Alma. Como na história de amor e vingança clássica, Joana provoca uma terrível tragédia. O texto apresenta nossa realidade, que é também, por extensão, a realidade de todos os oprimidos do mundo.
Gota d’água é um clássico do nosso tempo. É publicado desde sua primeira edição, em 1975, pela Civilização Brasileira. No mesmo ano, Chico Buarque e Paulo Pontes receberam, pelo livro, o Prêmio Molière de melhor autor."