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Antigamente Úrsula – a letrinha U – vivia olhando para baixo. Era como um ímã procurando na Terra a tal felicidade. Um dia alguém vindo do Oriente lhe contou a história de duas mãos: uma vivia com a palma voltada para baixo, como quem prende um dinheiro, uma semente, um pássaro que quer voar; a outra estava sempre com a palma para cima, num gesto de quem dá de quem liberta. Uma história que a fez pensar. Foi assim que a letrinha U deu uma cambalhota e deixou a alma aberta para o infinito, transformada em alegria.

Certo dia, quando ilustrava o livro em que morava Z, o desenhista de histórias em quadrinhos perguntou-lhe: “O que é ser feliz?”. “Ser feliz é ser o que se quer e ter o que precisa. Ser feliz é ser azul”, respondeu. Conversaram bastante e, então, o desenhista convidou Z para participar de aventuras com os heróis de sua história. Claro que Z aceitou de bom grado. E, ao final, recebeu uma linda surpresa.

De repente, os textos começaram a aparecer sem vírgulas, letras ou pontuação, perturbando a vida dos leitores. Depois de muita investigação, concluiu-se que a comilona de textos era a letra D. E, apesar da descoberta, a letra D não sossegou: letras, vírgulas e pontos continuavam a sumir! Até que um tal de Sr. Bauducco tem uma brilhante ideia para ajudar a letra D comilona e os textos.

Fifi, um I bem magrinho e fininho, era tão falante, mas tão falante, que um dia acabou engolindo o pingo. E perder o pingo foi o mesmo que perder a cabeça. Com o pingo na barriga, as coisas se complicaram para Fifi. As letras se reuniram em assembleia e decidiram pela expulsão do pobre Fifi do alfabeto. Mas não deu certo. Seria impossível viver sem Fifi.

Esta é uma história antiga, misteriosa e cheia de detalhes que aconteceu quando os homens, contrariando o Senhor, resolveram construir a Torre de Babel. A letra N e o número 8 se apaixonaram. E a Noite se fez. Em várias línguas, a palavra noite é composta da letra “N” seguida do número “8”.

Tal como o Patinho Feio, o nosso S também nasceu feio e rejeitado. Também fugiu de casa e, pelo mesmo motivo que o Patinho, não suportava mais ser maltradado e esquecido por sua mãe. Percorrreu o mundo dos livros, mas não conseguiu encontrar respostas para suas questões existenciais. Recolheu-se num livro de alta classe, disposto a deixar que o tempo decidisse seu destino. E, quando a primavera chegou, o S sentiu-se pronto para enfrentar o mundo, confiante, sabendo quem era realmente.

Esta é a história de um bravo marinheiro que só navegava em oceanos de livros e lendas, como nos mares do Capitão Gancho e da Ilha do Tesouro, e em tantos outros. Um marinheiro que se chamava Ypissilone. Um dia seu barco naufragou. Ele conseguiu se salvar, mas, perdido e sozinho numa ilha deserta, buscou em vão o auxílio dos navios que por ali passavam. Havia, porém, uma razão para que isso acontecesse.

Quando pequeno, André achava que tinha um grande problema: considerava-se uma minúscula letra “a”. Apesar de ser uma das mais bonitas, de longe parecia um reizinho barrigudo envolvido em seu manto. Suas amigas, as letras, viviam pegando no seu pé por ele ser pequeno e gordinho. Sua dúvida maior: o que seria quando crescesse? André, então, partiu para a Cidade Grande das letras para descobrir o que significa crescer e o que uma letra grande poderia ser capaz de fazer.

Meu crespo é de rainha