Quando Coraline ouviu pela primeira vez "Me empresta o lápis cor de pele?" e procurou entender o sentido daquela pergunta, o leitor foi presenteado com uma personagem questionadora que, sobretudo, colocava sua questão identitária em evidência. Em Um lugar para Coraline, a pequena traz à superfície novas reflexões. Desta vez, a alegoria está em uma competição de natação, que revela de modo sutil problemas sociais normalmente deixados à margem ou minimizados.
Por meio de uma metáfora narrativa e visual, Rampazo apresenta personagens que mergulham em questões como desigualdade e privilégios, mostrando que, na maioria das vezes, quem tem à disposição recursos limitados acaba tendo que se empenhar o dobro para ser "melhor do que o melhor duas vezes".
"Ainda bem que temos Coraline, nossa precisa tradutora das pequenas grandes coisas da vida, colocando vocabulário no mistério e respondendo às perguntas de gente crescida — de um jeito tão singelo, tão brasileiro, tão dela. Ah, leitores, este livro é tão bom que até parece gorjeio de passarinho, piscina em dia quente e palavra que dá abraço." — Jim Anotsu