Por mais de vinte anos, Sultan Khan enfrentou as autoridades, tanto comunistas quanto do Talibã, para prover livros aos moradores de Cabul. Ele foi preso, interrogado e encarcerado; e assistiu os soldados talibãs queimarem pilhas e pilhas de livros nas ruas. Ainda assim, persistiu em sua paixão pelos livros. Chegou a esconder milhares de exemplares em sótãos pela cidade, alimentando o sonho de ver seu acervo de 10 mil volumes sobre história e literatura afegã transformarem-se no núcleo de uma nova Biblioteca Nacional, semeando alguma luz em um dos lugares mais sombrios do mundo. Campeão nas listas de mais vendidos do The New York Times, O livreiro de Cabul foi considerado pela crítica um dos melhores livros de reportagem sobre a vida afegã depois da queda do Talibã. Depois de viver três meses em Cabul, com o livreiro Sultan Khan, a jornalista norueguesa Åsne Seierstad compôs este retrato das contradições extremas e da riqueza desse país. Um relato emocionante do cotidiano de uma família islâmica e das dificuldades deste povo para obter conhecimento e se comunicar. Um retrato íntimo de um homem, seus princípios e sua família — duas esposas, cinco filhos, e muitos parentes dividindo um pequeno apartamento de quatro cômodos em uma cidade devastada, recuperando-se da guerra e de trágicos refluxos políticos. Enquanto enfrentam os desafios e tensões diárias, os integrantes da família tentam também viver uma certa normalidade por meio do trabalho, de um dia de compras, cozinhando em um momento e se divertindo no outro, casando e dividindo alegrias. Como ocidental, ela teve o privilégio de transitar entre os mundos de mulheres e homens. Escondida atrás da burca, testemunhou relatos das rixas do clã; da exploração sexual das jovens viúvas que esperavam rações de alimentos das organizações de ajuda internacional; de uma adúltera sufocada com um travesseiro por seus três irmãos sob as ordens da mãe; do exílio no Paquistão da primeira esposa de Sultan Khan depois do novo casamento com uma moça de 16 anos; do filho adolescente do livreiro obrigado a trabalhar 12 horas por dia sem chance de estudar. As mulheres, em especial, são protagonistas de relatos impressionantes. Mesmo após a queda do Talibã, submetem-se a casamentos arranjados, maridos poligâmicos e a limitações para viajar, estudar e se comunicar com os outros. Estas e muitas outras histórias chocantes aos nossos olhos ocidentais compõem essa narrativa ímpar, mostrando aspectos do país que poucos estrangeiros testemunhariam. Por meio de uma narrativa envolvente, quase literária, Åsne Seierstad dá voz à família Khan, apresentando ao leitor uma coleção de personagens comoventes que reflete as contradições do Afeganistão. Como exemplo, o protagonista, que mesmo sendo um homem de letras, é um tirano na orientação familiar, em seus negócios, e pautado pelo radicalismo. Prova disso é que, em 2003, quando recebeu um exemplar em inglês deste livro, Shah Mohammed Rais, o livreiro de Cabul que inspirou o personagem Sultan Khan, imediatamente abriu um processo contra a autora.
Descrição
Informação Adicional
Peso em Kg | 0.3940 |
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Autor | Seierstad, Asne |
Tradutor | Skevik, Grete |
Ano de EdiçãoAno de Edição | Não |
Editora | Record |
ISBN | 9788501072870 |
Ano | 2006 |
Edição | 19 |
Origem | Não |
Formato | Não |
Encadernação | Livro brochura (paperback) |
Idioma | Não |
País | BR |
Páginas | 320 |
Comprimento (cm) | 14 |
Altura (cm) | 21 |
Largura (cm) | 1 |
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